O povo equatoriano rejeitou em referendo decisivo as propostas do presidente Daniel Noboa, incluindo a instalação de bases militares estrangeiras no país e a convocação de uma Assembleia Constituinte. A consulta popular, realizada no domingo, revelou uma forte oposição às políticas defendidas pelo governo.
Com mais de 91% das urnas apuradas, a proposta de permitir bases militares estrangeiras foi derrotada por uma margem expressiva: 60,65% dos eleitores votaram contra, enquanto 39,35% se mostraram favoráveis.
O presidente Noboa declarou que respeitará a decisão do povo equatoriano. Em pronunciamento, ele afirmou que seu compromisso com o país permanece inalterado e que continuará lutando com os recursos disponíveis.
O povo Equatoriano disse não ao referendo decisivo devido sua experiência com Militares dos EUA
A Constituição equatoriana, em vigor desde 2008, proíbe a instalação de bases militares estrangeiras em seu território, o que levou à saída dos militares dos Estados Unidos da cidade de Manta em 2009. Noboa defendia a necessidade de bases americanas para auxiliar no combate ao narcotráfico.
A secretária de Segurança Nacional dos EUA visitou Manta no início de novembro, onde o ministro da Defesa do Equador ressaltou a importância da cooperação internacional no combate ao crime, especialmente no fornecimento de recursos e equipamentos tecnológicos.
A oposição comemorou o resultado do referendo. A presidente do Partido Revolução Cidadã, Luisa González, afirmou que o país disse não a Noboa, acusando-o de representar os interesses dos Estados Unidos em vez do povo equatoriano. A oposição de esquerda argumenta que a medida viola a soberania nacional e abre espaço para interferências externas.
Além da questão das bases militares, os equatorianos também rejeitaram a proposta de convocação de uma Assembleia Constituinte, com 61,65% dos votos contrários. O presidente Noboa defendia a reescrita da Constituição, alegando que a atual protege criminosos, enquanto a oposição o acusa de usar a violência como pretexto para suprimir direitos sociais.
Além disso, o Equador enfrenta uma crise de segurança pública, com um aumento significativo nos homicídios nos últimos anos. O presidente Noboa declarou o país em conflito armado interno e ampliou os poderes dos militares na segurança pública.
