Em depoimento na CPI do Crime Organizado no Senado, a PF contesta equiparação de facções criminosas a terrorismo.
O diretor-geral, Andrei Rodrigues, classificou como um “erro técnico” a proposta de equiparação entre facções criminosas e organizações terroristas.
A declaração foi feita nesta terça-feira (18.nov.2025), em meio ao debate sobre o PL Antifacção, que em versões anteriores chegou a incluir tal equiparação, defendida por opositores do governo.
Rodrigues argumentou que terrorismo e crime organizado representam “institutos diferentes, questões diferentes”, com finalidades, propósitos e meios distintos. Ele enfatizou que os cenários em que operam são completamente diversos.
Apesar da exclusão do item nas versões mais recentes do projeto de lei, a equiparação continua sendo defendida por setores da oposição ao governo.
O debate ganhou força após uma megaoperação no Rio, que resultou em 121 mortes em 28 de outubro, quando o governador do estado classificou o Comando Vermelho como “narcoterrorista”. O governador de São Paulo também expressou apoio à equiparação.
O diretor da PF contesta a equiparação por as facções criminosas não possuírem causa política
O governo federal, por sua vez, discorda da equiparação, alegando que as facções criminosas não possuem uma causa política, elemento fundamental para a caracterização de terrorismo.
Há também a preocupação de que tal equiparação possa abrir brechas para intervenções externas no país, sob o pretexto de combate ao terrorismo. O diretor-geral da PF alertou para possíveis consequências negativas, inclusive para o sistema econômico e para empresas brasileiras.
