Lula da Silva expressou sua decepção ao não poder liderar a cerimônia de assinatura do Mercosul com a União Europeia.
Frustração e esperança na cúpula do Mercosul
O evento estava programado para ocorrer durante a Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, realizada em Foz do Iguaçu, no Paraná. Apesar do contratempo, Lula demonstrou otimismo quanto à superação dos obstáculos que atrasaram o processo.
A principal barreira surgiu na semana anterior, em Bruxelas, quando a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, solicitou à Comissão Europeia mais tempo para negociar salvaguardas para o agronegócio italiano. A intenção era proteger a produção interna da competição com produtos sul-americanos. No entanto, Lula afirmou que Meloni estará pronta para assinar o acordo em janeiro, o que reacendeu as esperanças de que o tratado possa ser finalizado em breve.
Expectativas para janeiro
Durante uma conversa telefônica com Meloni, Lula recebeu garantias de que a Itália estará preparada para formalizar o acordo no início do próximo ano. Segundo o presidente brasileiro, caso apenas a França ainda ofereça resistência, não haverá impedimentos para a assinatura, conforme indicado por Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e António Costa, presidente do Conselho Europeu.
O comunicado conjunto emitido ao final da cúpula em Foz do Iguaçu expressou o desapontamento dos líderes com o adiamento do acordo, mas também destacou a confiança de que as divergências europeias serão superadas. Os presidentes ressaltaram que o texto do acordo é fruto de 26 anos de negociações e sua assinatura enviaria um sinal positivo ao mundo, fortalecendo a integração entre Mercosul e União Europeia.
Próximos passos e novas parcerias
Apesar do impasse atual, o presidente Lula afirmou que o Mercosul continuará buscando novos mercados e parcerias comerciais. Ele destacou a importância de diversificar as alianças para garantir a resiliência econômica do bloco. Atualmente, o Mercosul está envolvido em mais de 10 negociações com outros países e blocos, que podem ser concluídas durante a presidência paraguaia.
Lula expressou esperança de que os próximos seis meses sejam produtivos, com a concretização de acordos internacionais que não foram possíveis durante seu mandato. Ele enfatizou que o mundo está ansioso para firmar parcerias com o Mercosul, e que o bloco está determinado a aproveitar essa oportunidade.
Reações dos líderes do Mercosul
O presidente do Paraguai, Santiago Peña, que assumirá a presidência do Mercosul pelos próximos seis meses, compartilhou da frustração com o adiamento do acordo. Em suas palavras, o bloco estava como um noivo esperando a noiva no altar, simbolizando a expectativa e a decepção com o recuo europeu.
Por fim, em uma carta endereçada ao presidente Lula, António Costa e Ursula von der Leyen reafirmaram o compromisso da União Europeia com a assinatura do acordo em janeiro. A mensagem destacou o firme compromisso de avançar com o Acordo de Parceria UE-Mercosul e o Acordo Comercial Provisório no início do próximo ano.
Diversificar parcerias é chave para a resiliência de economia.
| Evento | Data Prevista | Participantes Principais |
|---|---|---|
| Assinatura do Acordo UE-Mercosul | Janeiro de 2025 | Mercosul e União Europeia |
