Em um discurso realizado em São Bernardo do Campo, São Paulo, Lula Defende Autonomia Feminina. O presidente abordou a questão da autonomia feminina, em um momento de crescente pressão para que ele indique uma mulher ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Lula enfatizou a importância da independência feminina, afirmando que “uma menina, ou uma mulher, não pode viver dependendo de alguém atrás de um prato de comida. Uma mulher não pode apanhar do marido porque ele paga o aluguel.
Ela precisa viver sua vida como quiser. E se ela tiver uma profissão, ninguém vai desrespeitá-la, ninguém vai fazer gracinha às suas custas”.
O presidente também destacou o aumento da violência contra a mulher, mesmo diante da garantia de direitos na Constituição.
Ele se referiu indiretamente aos dados do 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que registraram 1.492 feminicídios, o maior número da série histórica, e 87.545 vítimas de estupro, um aumento de 6,7% em relação ao ano anterior.
“Um homem que bate em uma mulher não é homem. A mulher não é saco de pancada de homem nenhum, de ninguém neste mundo”, declarou Lula.
O evento, realizado no ABC paulista, reuniu estudantes de cursinhos populares, professores e apoiadores. Na ocasião, o presidente anunciou que o governo irá destinar R$ 108 milhões para a Rede Nacional de Cursinhos Populares (CPOP).
Estiveram presentes os ministros Camilo Santana (Educação), Fernando Haddad (Fazenda), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Luiz Marinho (Trabalho).
Pressão crescente na indicação de uma mulher ao STF, Lula Defende Autonomia Feminina
A declaração de Lula surge em um contexto de intensa pressão para que ele indique uma mulher, preferencialmente negra, para a vaga deixada por Luís Roberto Barroso no STF.
Em 134 anos de história do Supremo, apenas três ministros foram homens negros e três mulheres brancas. Atualmente, a Corte é composta por dez homens e uma mulher, a ministra Cármen Lúcia, indicada por Lula em 2006.
Embora o movimento de mulheres negras tenha ampliado a lista de juristas aptas a ocupar a cadeira, incluindo nomes como Adriana Cruz, Edilene Lobo, Flávia Martins e Sheila de Carvalho, o nome mais cotado para a vaga é o do ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias.
Outro nome que também está sendo considerado é o do ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que conta com o apoio de alguns ministros e do atual presidente da Casa, Davi Alcolumbre.
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