Em entrevista concedida em Belém, no Pará, o presidente Lula apoia exploração de petróleo na Margem Equatorial e rejeitou a expectativa de ser visto como um “líder ambiental”. A cidade de Belém será sede da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30) em novembro.
“Não quero ser líder ambiental, nunca reivindiquei isso”, declarou o presidente, ao abordar a autorização concedida para testes na Bacia da Foz do Amazonas.
Segundo ele, caso seja encontrado petróleo, uma nova licença será necessária, e a decisão final será baseada em critérios técnicos. “Quero fazer o que os especialistas do meu governo e minha consciência dizem o que tenho que fazer”, afirmou.
Lula criticou o que considera radicalismo ambiental, argumentando que o país ainda depende de combustíveis fósseis e que a transição energética deve ser realizada com responsabilidade.
“Tem gente que acha que não devemos explorar petróleo em lugar nenhum, isso sim é incoerente, sem apresentar alternativa”, ponderou.
Lula apoia exploração de petróleo na Margem Equatorial e diz que um dia o petróleo vai acabar
O presidente ressaltou a necessidade de responsabilidade como chefe de Estado, reconhecendo que, embora o petróleo seja um recurso finito, o mundo ainda depende dele. “Todo mundo sabe que um dia o petróleo vai acabar.
Ninguém no mundo consegue sobreviver sem esse combustível fóssil. Poderemos ser o primeiro de que qualquer país do mundo a abrir mão disso. Mas como chefe de Estado, temos que ter responsabilidade”, acrescentou.
Lula negou que pretenda adiar a discussão sobre o tema até o fim da COP30. “Se eu fosse um líder falso e mentiroso, eu esperaria passar a COP para anunciar.
Mas se eu fizesse isso eu estaria sendo pequeno diante da importância do que significa você fazer o teste na Margem Equatorial. Se tiver que explorar, vamos fazer da forma mais cuidadosa que alguém pode fazer”, concluiu.
