O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, expressou incertezas sobre o impacto da nova faixa de isenção do IR (Imposto de Renda da Pessoa Física) (IRPF) na inflação.
O Comitê de Política Monetária (Copom) já incorporou uma “estimativa preliminar” nas suas análises para conduzir a política monetária.
A medida governamental, que visa injetar cerca de R$ 28 bilhões no orçamento da classe média, tem potencial para influenciar a inflação no ano que vem, considerando que essa parcela da população tende a aumentar o consumo. O financiamento da renúncia fiscal virá de uma maior tributação sobre as pessoas de alta renda.
Em comunicado, o Banco Central do Brasil informou que o Copom optou por incluir uma estimativa inicial do impacto da ampliação da isenção do imposto de renda.
Galípolo enfatizou o caráter “preliminar” dessa avaliação, ressaltando a necessidade de uma abordagem “humilde, modesta e transparente” diante das incertezas existentes.
Portanto, o presidente do BC comparou a situação atual com o pagamento de precatórios em 2023, quando o governo realizou uma transferência de R$ 93 bilhões.
Naquela ocasião, segundo Galípolo, a expectativa era de que não houvesse impacto significativo no consumo das famílias, o que acabou se mostrando diferente na prática.
“Eu lembro de ter feito uma sucessão de conversas sobre o pagamento de precatórios. Era uma unanimidade de que os precatórios não teriam impacto. O precatório passou a ser uma grande explicação e ocupar um grande protagonismo para explicar sobre a economia andar um pouco mais”, disse Galípolo.
O Banco Central continuará a monitorar os dados para entender os efeitos concretos da nova faixa de isenção do Imposto de Renda. A projeção mediana dos agentes financeiros para a inflação em 26 é de 4,20%, mas alguns economistas acreditam que a taxa poderá se aproximar de 5,0% devido aos efeitos da política fiscal do governo.
Por fim, o diretor de Política Econômica, Diogo Abry Guillen, complementou que a medida de isenção do IR apresenta diversas “nuances”, justificando a incorporação preliminar e a necessidade de recalibração constante, avaliando os dados para verificar se a estimativa inicial precisará ser .
