O Brasil prioriza o acesso a novas tecnologias de prevenção ao HIV/SUS, com foco na incorporação de medicamentos de longa duração ao Sistema Único de Saúde (SUS). A afirmação foi feita pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, no Dia Mundial de Luta contra a Aids.
A iniciativa envolve o lenacapavir, um medicamento injetável de longa duração para Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) ao HIV, desenvolvido pela farmacêutica Gilead. O remédio, aplicado a cada seis meses, pode substituir o uso diário de comprimidos, atualmente a principal forma de prevenção. Estudos clínicos apontam alta eficiência do lenacapavir na neutralização da infecção viral.
O governo pretende negociar a transferência de tecnologia do produto para o Brasil. Segundo o ministro, o preço praticado pela empresa é impraticável para programas de saúde pública, pois exclui países de renda média, que têm um peso importante na resposta à pandemia.
A Articulação Nacional de Luta contra a Aids defende que o governo considere a quebra de patente, caso não haja acordo para transferência tecnológica.
A política de prevenção e tratamento do HIV/SUS inclui distribuição de preservativos
A política de prevenção e tratamento do HIV/Aids no Brasil inclui a distribuição de preservativos, a PrEP e a PEP (profilaxia pós-exposição). O Ministério da Saúde lançou novos modelos de preservativos para dialogar com o público jovem, que tem reduzido o uso. O acesso à PrEP também foi ampliado, com um crescimento de mais de 150% no número de usuários desde 2023.
O SUS oferece terapia antirretroviral gratuita a todas as pessoas diagnosticadas com HIV, com mais de 225 mil pessoas utilizando o comprimido único de lamivudina mais dolutegravir.
Além disso, o Brasil registrou uma queda de 13% no número de óbitos por aids entre 2023 e 2024. Os casos de aids também apresentaram redução no período, com queda de 1,5%. O país avançou na eliminação da transmissão vertical da doença, quando ocorre da mãe para o bebê.
Portanto, a Organização Mundial de Saúde deve confirmar o reconhecimento de que o Brasil eliminou a transmissão vertical do HIV como problema de saúde pública.
