O governo dos EUA reafirmam Doutrina Monroe e oficializou, nesta sexta-feira, com sua Estratégia Nacional de Segurança Nacional, reafirmando a “proeminência” de Washington sobre todo o Hemisfério Ocidental, abrangendo as Américas do Sul, Central e do Norte.
O documento da Casa Branca explicita a intenção de “restaurar a proeminência americana no Hemisfério Ocidental e proteger nossa pátria e nosso acesso a regiões-chave em toda a região”, após anos de suposta negligência.
Essa política externa, que deverá guiar o governo, visa, entre outros objetivos, “estabelecer ou expandir o acesso em locais de importância estratégica” e “fazer todo o possível para expulsar as empresas estrangeiras que constroem infraestrutura na região”.
EUA reafirmam Doutrina Monroe criada em 1823
A Doutrina Monroe, criada em 1823, defendia a ideia de que “a América é para os americanos”, desafiando a influência das potências europeias na América Latina. O governo pretende aplicar um “Corolário” à Doutrina Monroe, expandindo a influência dos EUA no continente.
Analistas apontam que a medida representa um recado à China, em resposta à crescente influência econômica do país asiático na região.
O governo americano expressa a intenção de “negar a concorrentes de fora do Hemisfério a capacidade de posicionar forças ou outras capacidades ameaçadoras, ou de possuir ou controlar ativos estrategicamente vitais” no continente americano.
O governo pretende se concentrar em “aliar-se” e “expandir-se” na região, recompensando governos e partidos políticos alinhados com seus princípios. A administração americana considera que “concorrentes” de fora do Hemisfério têm feito “incursões” que prejudicam a economia dos EUA.
Acrescenta ainda que as alianças com países da região devem estar condicionadas à redução gradual da influência externa adversária. Essa política externa, segundo analistas, pode limitar a soberania dos países da região, dificultando acordos com potências de fora do hemisfério.
Além disso, o documento também orienta que funcionários de Estado em embaixadas devem favorecer empresas dos EUA. Acordos com países da região, especialmente aqueles mais dependentes dos EUA, devem ser contratos de fornecimento exclusivo para empresas americanas.
Por fim, a prioridade será a diplomacia comercial, utilizando tarifas e acordos comerciais recíprocos, além do fortalecimento de parcerias de segurança.
