Enquanto o Brasil adota uma postura de não classificar o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) como organizações terroristas,
Argentina e Paraguai anunciam medidas para enquadrar as facções sob a legislação antiterrorismo. A decisão é motivada pela crescente ameaça à segurança regional e pelos crimes transnacionais atribuídos às organizações.
Na Argentina, a ministra da Segurança confirmou a inclusão do PCC e do CV no Registro de Pessoas e Entidades Vinculadas a Atos de Terrorismo (Repet).
A medida classifica as facções como narcoterroristas, abrindo caminho para o bloqueio de bens, rastreamento de fluxos financeiros e colaboração internacional no combate a crimes de fronteira.
A ministra detalhou que a inclusão formal já ocorreu há cerca de um mês, com a atualização pública em andamento. Atualmente, 39 brasileiros estão detidos na Argentina, incluindo indivíduos ligados ao CV e ao PCC, todos sob vigilância reforçada para evitar comunicações internas.
O ministro da Defesa defendeu o uso das Forças Armadas na proteção das fronteiras, enfatizando a necessidade de conter a entrada de criminosos.
No Paraguai, o ministro do Interior anunciou que o país classificará oficialmente o CV e o PCC como organizações terroristas, por meio de uma resolução do Poder Executivo.
Segundo ele, a medida facilitará o trabalho das autoridades, pois as penas por terrorismo são significativamente mais altas do que as penas por crimes comuns.
A decisão integra uma estratégia de cooperação regional de segurança, diante da expansão das facções nas áreas de fronteira. O PCC está presente em Pedro Juan Caballero, enquanto o Comando Vermelho tenta avançar na região do Alto Paraná.
A nova classificação permitirá ao governo paraguaio acionar mecanismos internacionais de controle financeiro e judicial, visando desmantelar as redes criminosas. Com isso, os dois países pretendem dar mais segurança para sua população, o que o Brasil do PT não faz.