Mais de 30 pessoas foram presas em flagrante em diversos estados, suspeitas de envolvimento com cursos online que ensinavam a desbloquear celulares roubados. A ação é parte da Operação Rastreio, deflagrada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro.
A investigação teve início em maio, com a prisão de um indivíduo identificado como responsável pelas aulas online, que ensinavam a destravar smartphones obtidos ilegalmente. A partir dessa prisão, as autoridades identificaram uma vasta rede criminosa atuante em todo o país.
A nova fase da Operação Rastreio cumpriu 132 mandados de busca e apreensão em 11 estados, incluindo São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Alagoas e Rondônia, com o apoio das Polícias Civis locais. Os alvos eram “clientes” do homem preso anteriormente.
Além disso, a investigação aponta que os suspeitos forneciam celulares roubados para que o especialista os desbloqueasse, para posteriormente reintroduzi-los no mercado como se fossem legalizados. Muitos dos endereços investigados eram estabelecimentos comerciais, como quiosques, boxes e lojas, que revendiam os aparelhos desbloqueados.
Com os cursos online se aprendia também a remover o IMEI dos aparelhos
Segundo a Polícia Civil, o responsável pelos cursos de desbloqueio também afirmava ser capaz de remover o IMEI dos aparelhos do Cadastro Nacional de Celulares com Restrição (CNCR), sistema governamental que impede a ativação de aparelhos com registro de furto, roubo ou extravio.
Parte dos investigados solicitava o desbloqueio dos smartphones com o objetivo de coletar dados pessoais armazenados, priorizando o acesso a aplicativos de contas bancárias para realizar transferências de valores e contrair empréstimos sem autorização.
A investigação também aponta que as informações sigilosas encontradas nos dispositivos roubados ou furtados poderiam ser utilizadas para a abertura de contas em nome de terceiros, resultando em prejuízos financeiros.
Portanto, a Operação Rastreio já possibilitou a recuperação de mais de 10 mil smartphones, dos quais 2,8 mil foram devolvidos aos proprietários. As ações contínuas também resultaram na prisão de mais de 700 suspeitos, incluindo acusados de roubo, furto e receptação dos dispositivos.