Câncer Colorretal: Diagnóstico Tardio Compromete Cura em Mais de 60% dos Casos no Brasil

Câncer Colorretal: Diagnóstico Tardio Compromete Cura

Um estudo recente da Fundação do Câncer, divulgado em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Câncer, revela um cenário preocupante sobre o câncer colorretal (CCR) no Brasil.

A análise de 177 mil casos registrados entre 2013 e 2022 em hospitais públicos e privados do país aponta que mais de 60% dos pacientes são diagnosticados com a doença em estágios avançados.

Essa demora no diagnóstico reduz significativamente as chances de cura, conforme alertam especialistas. O diretor-executivo da Fundação do Câncer, Luiz Augusto Maltoni, enfatiza o alto percentual de pacientes que chegam ao sistema de saúde já em estágios metastáticos (estágio 4) ou no estágio 3, representando uma “catástrofe” para o prognóstico.

Diante desse quadro, o diagnóstico precoce se torna crucial. A recomendação é que, ao identificar qualquer sintoma, mesmo que leve, a pessoa procure um serviço de saúde para investigação e rastreamento. A intervenção estatal, com programas de exames para detecção precoce, é considerada fundamental para identificar não apenas tumores, mas também lesões precursoras.

Atualmente, o primeiro exame para detecção é a pesquisa de sangue oculto nas fezes, indicada para pessoas acima de 50 anos. No entanto, dados sugerem que o pico de incidência do CCR está entre 50 e 60 anos, o que pode indicar a necessidade de antecipar a faixa etária para o rastreamento, possivelmente para 45 ou até 40 anos.

Além do diagnóstico precoce, a prevenção primária, através de hábitos de vida saudáveis, é essencial. Evitar o excesso de peso, praticar atividades físicas, moderar o consumo de álcool e não fumar são medidas que podem reduzir a incidência de novos casos. O estudo também aponta para uma relação entre tabagismo, obesidade e incidência da doença em algumas capitais brasileiras.

O câncer Colorretal é mais comum em pessoas brancas

O levantamento revela que o câncer de cólon e de reto é mais comum em pessoas brancas (34,6%), seguidas por pessoas negras (30,9%).

As regiões Sudeste e Sul concentram o maior número de casos e de equipamentos para diagnóstico e tratamento, enquanto a Região Centro-Oeste apresenta o maior índice de deslocamento de pacientes para outras localidades em busca de tratamento.

A Fundação do Câncer projeta um aumento de 21% no número de casos de CCR entre 2030 e 2040, alcançando cerca de 71 mil novos casos e 40 mil óbitos.

Para mudar esse cenário, é considerada essencial uma estratégia bem definida e firme para prevenção e diagnóstico precoce, liderada pelo Ministério da Saúde.

É preciso uma política de Estado permanente, independente de governos, a exemplo do que ocorreu com o controle do tabaco, para que os resultados sejam consistentes e duradouros.

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