Após um período de restrições na oferta e preços elevados, o mercado global de cacau sinaliza um possível alívio para 2025, com projeções indicando um superávit na safra 2025/26.
A expectativa é de que o balanço entre oferta e demanda se equilibre, impulsionado pela recuperação da produção e uma moderação no consumo global.
Estimativas apontam para um excedente de aproximadamente 305 mil toneladas, resultado direto do aumento da disponibilidade do produto e de uma desaceleração no consumo em importantes mercados consumidores.
A oferta global de cacau demonstra sinais de recuperação, com a Costa do Marfim diminuindo os atrasos nas entregas. Contudo, a produção em Gana permanece vulnerável devido a doenças que afetam as lavouras mais antigas.
O Equador se destaca como um dos principais impulsionadores do crescimento, com uma projeção de produção de cerca de 570 mil toneladas, sustentada por condições climáticas favoráveis e investimentos contínuos no setor.
Apesar da recuperação na oferta, os estoques globais permanecem abaixo da média histórica, o que, em conjunto com fatores climáticos, pode manter a volatilidade do mercado em patamares elevados no curto prazo.
Na União Europeia o cacau registrou diminuição nas importações
No que se refere à demanda, observa-se uma desaceleração em regiões chave. A União Europeia, por exemplo, registrou uma diminuição nas importações e no processamento de cacau, impactada pelos preços altos e pela retração da atividade industrial.
A Ásia também apresentou uma queda acentuada, particularmente na Malásia. Em contraste, a América do Norte exibiu um aumento nas importações líquidas, especialmente de amêndoas.
A recente remoção de tarifas por parte dos Estados Unidos para produtos equatorianos pode influenciar os fluxos comerciais, consolidando as mudanças que já estão sendo observadas no mercado.
O cenário macroeconômico global contribui para a atenuação de riscos externos. A manutenção das taxas de juros estáveis pelo Banco Central Europeu, juntamente com a diminuição das tensões geopolíticas, proporcionam um ambiente de maior estabilidade.
Nos Estados Unidos, apesar da cautela em relação aos dados de inflação e emprego, não há indícios de pressões adicionais, o que reforça a expectativa de estabilidade monetária a curto prazo para os produtores do agronegócio.
Em suma, com a recuperação da oferta, a desaceleração da demanda e a redução dos riscos externos, o mercado de cacau se prepara para a safra 2025/26 em um período de ajustes. A volatilidade, contudo, deverá persistir, influenciada por fatores como o clima, a logística e o desempenho das principais economias mundiais.
