Em busca de fortalecer laços políticos e expandir o comércio brasileiro com a Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou o desejo do Brasil de se tornar membro pleno.
A declaração ocorreu durante sua viagem à região, onde busca estreitar relações com os países do bloco, que representam um mercado potencial de 680 milhões de habitantes.
Após reunião com o secretário-geral da Asean, Kao Kim Hourn, em Jacarta, Indonésia, Lula enfatizou o bom momento econômico do Brasil e a importância de aumentar a balança comercial, as reservas em dólares, os investimentos no exterior e atrair novos investimentos para o país.
O Brasil mantém desde 2023 uma Parceria de Diálogo Setorial com a Asean, sendo o único país latino-americano a possuir tal acordo, com iniciativas de coordenação política e cooperação multissetorial.
Lula seguiu para Kuala Lumpur, Malásia, onde participará da cúpula da Asean e do encontro de líderes do Leste Asiático (EAS). Esta será a primeira vez que um chefe de Estado brasileiro participará dessa cúpula.
A Asean, fundada em 1967 por Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapura e Tailândia, visa promover a cooperação econômica, política, de segurança e sociocultural entre seus membros.
Atualmente, o bloco também é composto por Brunei, Laos, Mianmar, Vietnã e Camboja, e em breve receberá formalmente o Timor Leste como 11º membro.
O comércio entre o Brasil e os países da Asean ultrapassou US$ 37 bilhões no ano passado e continua em ascensão. A Asean é o quinto principal parceiro comercial do Brasil, superada apenas pela China, União Europeia, Estados Unidos e Argentina.
Durante o encontro com a Asean Lula destacou a cooperação em bioenergia
Durante o encontro com Kao Kim Hourn, Lula destacou o potencial da cooperação em bioenergia e expressou a intenção de ampliar a pauta para as áreas de saúde e educação em 2026.
O presidente brasileiro convidou o presidente da Asean para participar da Cúpula de Líderes da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em Belém.
Anteriormente, Lula foi recebido em visita oficial pelo presidente da Indonésia, Prabowo Subianto. Na ocasião, foram adotados um comunicado conjunto e firmados acordos em áreas como minas e energia, agricultura, ciência e tecnologia e estatística, além de instrumentos entre setores privados, com ênfase na transição energética.
Lula também participou do encerramento de um encontro empresarial que reuniu cerca de 400 participantes de ambos os países.