A recente trégua comercial entre os EUA e a China enfrenta seus primeiros desafios com o alerta na soja decorrente da falta de compromisso.
Com isso houve sinais de fragilidade que colocam em risco o acordo firmado no fim de outubro. Uma análise aponta que ambas as potências buscam internamente reduzir suas vulnerabilidades, levantando dúvidas sobre o cumprimento integral dos compromissos assumidos.
Dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) revelam que a China adquiriu apenas 332 mil toneladas de soja norte-americana desde o final de outubro. Esse volume representa menos de 3% do que Washington alega ter sido prometido por Pequim até janeiro, sendo a retomada das compras um ponto crucial do acordo, após meses de tensões comerciais.
Apesar do alerta, analistas ponderam que é prematuro prever o fim da trégua. Um especialista da consultoria The Asia Group, ressalta que ambos os lados demonstraram capacidade de “causar dor” quando necessário, o que pode incentivar cautela para evitar escaladas desnecessárias.
Simultaneamente, China e EUA avançam em estratégias para diminuir suas dependências, um movimento que pode gerar novos atritos. A China, por exemplo, embora tenha suspendido a ampliação dos controles de exportação sobre terras raras, intensificou as contratações para fiscalizar essas restrições.
Além disso, nos Estados Unidos, o governo busca parcerias com países como Malásia e Austrália no setor de terras raras, além de adquirir participações em empresas estratégicas e buscar novas fontes de suprimento.
Essa busca por resiliência interna pode reacender a pressão sobre commodities agrícolas, com destaque para a soja, um elemento central na relação comercial entre as duas maiores economias mundiais. O cenário exige atenção, pois as próximas semanas serão decisivas para determinar a solidez do acordo e seus impactos no mercado global e no agronegócio internacional.
