Às vésperas da COP30, que será realizada em Belém, a Embrapa apresentou um plano detalhado com propostas para impulsionar o papel da agricultura no combate às mudanças climáticas.
Intitulado “Contribuições da Embrapa para o Mutirão Global contra a Mudança do Clima”, o documento consolida décadas de pesquisa e argumenta que o setor agropecuário brasileiro pode contribuir para solucionar os desafios relacionados ao clima e à segurança alimentar mundial.
O plano é parte da Jornada pelo Clima, uma iniciativa lançada em 2025 que envolveu governo, produtores, universidades e a sociedade civil, visando construir uma agropecuária mais resiliente.
A jornada percorreu todos os biomas brasileiros através dos “Diálogos pelo Clima”, reunindo mais de 1.300 participantes em debates sobre mitigação, adaptação e tecnologias sustentáveis.
Durante a COP30, as ações serão exibidas na AgriZone, um espaço dedicado à agricultura sustentável, instalado na Embrapa Amazônia Oriental, em Belém.
O local servirá como uma plataforma para apresentar soluções tecnológicas, com mais de 200 inovações focadas na redução de emissões, recuperação de solos e uso eficiente de recursos naturais.
O documento enfatiza que o Brasil tem o potencial de liderar o debate global, combinando competitividade agrícola, preservação ambiental e uso inovador da biodiversidade.
As prioridades incluem práticas regenerativas, sistemas integrados de produção, biotecnologia, bioeconomia e a expansão do uso de bioinsumos.
A Embrapa também sugere fortalecer a governança climática, facilitar o acesso ao crédito verde e promover políticas públicas que reconheçam o papel dos produtores rurais na conservação do meio ambiente.
Para a instituição, a ciência e a inovação são essenciais para transformar os compromissos climáticos em ações concretas no campo.
A agenda apresentada na COP30 é orientada por sete eixos estratégicos, que incluem a promoção de sistemas produtivos eficientes e de baixo carbono, o investimento em adaptação e recuperação de áreas degradadas, o desenvolvimento de alimentos mais saudáveis e com menor impacto ambiental, a integração de produção, nutrição e saúde ambiental, a transformação de resíduos e biomassa em novos produtos, o investimento em automação, inteligência artificial e agricultura de precisão, e a garantia de acesso a tecnologias e renda para agricultores familiares.
A Embrapa enfatiza que enfrentar as mudanças climáticas requer cooperação internacional e financiamento de longo prazo para pesquisa. A instituição espera que a COP30 marque o início de um esforço global em prol de uma agricultura mais justa, sustentável e capaz de alimentar a população mundial sem aumentar a pressão sobre o meio ambiente.